Sufocava palavras ocas que me entravam pelo ouvido de cima.
Aquele que guardo, ainda hoje, só pra ti.
Hoje noto-te diferente. Noto-as diferentes também.
Agora sussuras-me palavras doces e ritmadas como algo que zumbe no meu ouvido e tende em não sair mais.
Consigo sentir sentimentos com elas, gestos simples mas bonitos.
Agora tenho medo de simplesmente as ouvir. Gosto de sopra-las e apanha-las com a minha mão, mais à frente.
Assim, tenho a certeza que as consegui. Que as apanhei mesmo. E que são minhas, até quando eu quiser.
Depois guardo-as.
Aqui.
Tu alimenta-las e elas crescem.
Aqui.
Dentro de mim, dentro de ti.
Aqui.