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domingo, 30 de julho de 2006

Forte.


Íamos os dois dentro do nosso pequeno barco (Grande). Desengonçado e com uma enorme vontade de ficar parado a descansar ou mesmo para nos observar. Como íamos felizes. Com dificuldade, passávamos onda a onda e ouvíamos o que elas cantavam para nós. Só para nós. Que histórias, que sons... Batíamos palmas, chorávamos, riamo-nos, viviamos cada página do mar que ficava guardada na palma da nossa mão. Na marca da nossa vida. "A minha mão faz um M e a tua?" a nossa música que ecoava pelo fundo do mar. Estrelas, búzios, conchas, pedras, muitas pedras. "E é por isso que não te deixo cair, não quero nunca que te magoes".
Chegámos ao nosso porto. Ao nosso sítio. A um sítio só nosso.
Olhei para ti e tu para mim. Peguei numa pedra e escrevi para ti. Apaguei e tornei a escrever. e apaguei outra vez para voltar a escreve-lo. (Ele é tão especial) - pensava. Corrias para longe de mim, pois sabias que estaria sempre aqui de barços abertos para te voltar a receber. "Não me molhes..." (Ria-me)
Num momento inseguro as lágrimas molharam por completo os meus olhos. Não estava triste. (Estava tão feliz.) "Tenho medo namorado, tanto".
(Conheces-me mesmo bem)
Mostraste-me sítios onde eu nunca tinha ido, desconhecidos para mim mas tão conhecidos para ti. Sempre de mão dada com uma força superior a tudo e todos. Tinha medo de te largar. (Porque sou tão segura contigo).
Num momento próximo foste tu que deixaste que as lágrimas se apoderassem dos teus olhos. Estava lá para as fazer parar com o nosso abraço perfeito. (O que nos faz sentir como peças que encaixam perfeitamente uma na outra) :

-Promete-me.
-Prometo-te.


Deixámos lá o barco e fomos em busca dum lugar só nosso. Outro. O barco está lá. E sempre que quisermos ele leva-nos a fazer viagens maravilhosas como esta, como tantas outras que já fizemos. (E tantas que nos esperam) Para lá, longe do Mundo deles. No nosso Mundo. E a melodia das ondas vai sempre fazer-nos crescer. Sempre.

(O medo está-nos a tornar cada vez mais fortes!)

sábado, 29 de julho de 2006

Saudades

Saudades! Sim... talvez... e porque não?
...Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca

(Mesmo que a chuva apareça repentinamente no nosso Mundo, proteges-me sempre.)


quarta-feira, 26 de julho de 2006


Porque mesmo que os meus voos não tenham o máximo sucesso, eu sei que estarás sempre de baixo de mim para me amorteceres a queda.
Obrigada.

(Nunca me vais deixar cair, prometeste)

Hoje é o seu dia, avó.



As coisas mais difíceis de se ver são as que estão debaixo dos nossos olhos.
(V G Rossi)
Parabéns avó,
Por me ter conseguido sempre ensinar essas coisas mais difíceis da forma mais fácil.

sábado, 22 de julho de 2006


Sentada com a erosão do meu coração esfregado na areia, ouço e vejo o rebentar das ondas a apagar as pegadas que acimentas no meu areal. Uma recordação... um termo de água para que nunca tenhas sede. A água agora seca da frieza das tuas palavras... A sede insaciavel que sinto ao lembrar-nos a nós, aos momentos e também às nossas rebentações de ondas amorosas.
Preciso de ti minha água do mar, por mais que rebentes tudo em mim e que sejas uma onda que nunca mais se forme, volta. Apaga as nossas pegadas para que as voltemos a acimentar no nosso areal. Apaga e leva tudo para reconstruirmos tudo outra vez mesmo que depois o voltemos a apagar. Mas agora volta, porque a areia tem saudades tuas. Saudades de sentir a tua frescura. A areia não tem medo. A areia só se quer sentir viva. Contigo.

(Também as saudades são insaciaveis. )

segunda-feira, 17 de julho de 2006



Sonho contigo, acordo com o despertador, toda a tremer , a transpirar e a pensar em ti.
Sophia Sá da Bandeira

sábado, 15 de julho de 2006

A nossa melodia



Uma música. Uma lágrima que cai enquanto as palavras entram e permanecem como lapas na minha cabeça. Importantes, especiais, diferentes também.
Quando não te tinha, eram elas que me confortavam… que diziam que eu continuava a ser especial para ti e que nunca me irias esquecer.
Confio nelas como confio no meu coração. Palavras soltas que se atrapalham entre olhares e vozes medonhas.
Fala comigo. Agora tenho-te a ti e às tuas palavras que agora vêm de ti.
(Tenho-te a ti, tesouro.)

Linhas


São essas linhas, que dizes cruzarem-se, que te deixam conhecer novas coisas e obrigatoriamente, apaixonas-te por elas pela simples forma de como aparecem na tua vida.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Desabafo


Apetece-me escrever sobre tudo e sobre nada. São sentimentos paralelos e em que certa altura se cruzam, que nem duas linhas de comboio. Cruzado de sentimentos, de braços cruzados sem saber para que lado me virar. São daqueles momentos em que não sabes se rir se chorar. Se pular de alegria e afirmar ao mundo que és a pessoa mais feliz do Mundo, ou então, fechares-te nos mais escuros e longínquos dos cubículos com tantas fechaduras que até perdes a conta. É querer ser ombro e apoio daquele e do outro, mas precisar dele ao mesmo tempo.

(estou assustado...)


quinta-feira, 6 de julho de 2006


Não é preciso ser-se grande para se ter poder.
Aqueles que tocam nas coisas às quais eu não consigo chegar, que veêm quem eu não consigo ver... não têm que, obrigatoriamente, ter mais poder que eu. Pois não?
Sou pequenina mas também vejo coisas que gente grande não vê, e vejo as pessoas que preciso de ver, que me interessam, que gostam de mim também.
Existe gente grande que não toca na sua felicidade, que não vê as pessoas de quem "precisa".

Não toco no céu com a mão, mas ando a tentar tocar nele com o coração.

(Sou pequenina, mas sinto que tenho algum poder.)

quarta-feira, 5 de julho de 2006


Ela estava sentada no banco a olhar para a frente enquanto ele falava. Não conseguia olhar para ele porque tinha medo de chorar à sua frente. Ele, dizia-lhe as mais bonitas coisas e ela, sorria por dentro e por fora. Sentia-se bem, feliz. Estava bem e só isso importava. Mas ele, só queria que ela o olhasse nos olhos e sorrisse...
(As palavras não são tudo)


- texto encontrado na mala de viagem.


São todas essas coisas, todos esses pequenos grandes promenores que me fazem agarrar mãos com força, com as nossas forças. São estas e aquelas coisas que me fazem viver com um sorriso de orelha a orelha e de olhos bem abertos para não me escapar nada. Quando se tem medo, há que lutar contra ele.

(Sozinha não consigo, obrigada.)

domingo, 2 de julho de 2006

Acordaste-me



Hoje acordaste-me. Acordei assustada a meio da noite com uma enorme dor no lado esquerdo do meu peito. Aflita, com medo.. Procurei-te por todo o nosso quarto, de mao na testa, assustada. Lençóis para baixo, para cima, levantar de almofadas. Não te via em lado nenhum, nem uma pista... e sabes como tenho medo do escuro. Não queria acreditar que tinhas fugido a meio da noite sem me dizeres nada. Levantei-me num grande pulo e tu abraçaste-me. Deste-me um abraço fortissimo e um beijinho na testa sem dizeres mais nada. Os nossos braços falaram muito. Durante tambem muito tempo.

(Esses pequenos segundos em que desapareces de ao pé de mim..assustam-me)

Há coisas que prefiro ver só assim pelo rabinho do olho...

(A vocês gosto de vos ver de olhos bem abertos!)

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