"Não haverá então uma palavra que perdure e me exprima todo para a vida inteira? (...) Uma palavra. (...) Amo-te. Na intimidade exclusiva e ciumenta do nosso olhar mútuo e encantado. Fecha-nos o lençol na claridade difusa do amanhecer, estás perto de mim no intocável da tua doçura. Frágil de névoa. Fímbria de sorriso e de receio, de pavor, no meu olhar embevecido. Uma palavra. A primeira que em toda a minha vida me esgotou o ser. A que foi tão completa e absorvente, que tudo mais foi um excesso na criação. Ao princípio era a palavra. Eu a soube. E nada mais houve depois dela."
Vergílio Ferreira
in "Para Sempre"
in "Para Sempre"