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sábado, 22 de dezembro de 2007

O (não) apressar da última página


- Não páres! Nem o tempo pára. Já viste a força que o mar precisa para, todos os dias, formar MILHÕES de ondas?

- Pois, mas o mar não sente.. e eu sinto...

- Não sente? Ele até fala. Sente mais que nós todos juntos. Achas que alguém consegue transmitir tanta coisa boa não sentindo? É impossível.

- Mas o mar também perde forças e nem sempre as ondas se formam.

- Vem sempre uma nem que seja escondida. Há sempre espuma. Um enrolar. É uma luta que dá frutos. Luta.

- É o que tenho feito todos os dias para conseguir mostrar sempre um sorriso. Mas tenho medo do fim de tudo isto...

- Porque tendes só a ver o fim?

- Porque nem todos os finais são felizes...

- Não tenhas medo de finais! A vida é feita de começos..

- Tentarei...

- Não tentes! Consegue! UPA! SIGA! O caminho é em frente... e na meta recebe-se prémios! Sabes que o último a chegar é um ovo podre? Força na cabeça se não o corpo não mexe... Dou um empurrãozinho e ao passares a fita da meta, quero um sorriso... porque tiram sempre fotografias. E essa imagem, é a que permanece.

- As tuas palavras fazem-me sorrir.

- Uma vez o meu avô inventou um jogo só para eu parar de chorar. Eu invento palavras e junto-as. Às vezes faço sorrir...

(QUERO-TE BEM! E porque azul turquesa é a tua cor preferida)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Deste cor a sensações hiperbólicas. Foi prazer em silêncio e vontades diversas que se fundiram no calor da tua pele, do teu corpo pegado ao meu. Transbordámos um fogo que não queima, mas que arde...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

domingo, 25 de novembro de 2007


"Nunca voltes ao lugar onde um dia foste feliz"

e quando mo diziam, eu não acreditava...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

E por momentos, chama...



Escreveram-nos com a cera ainda quente duma coragem imensa.
Acendeu-se uma chama com luz incandescente. O brilho reflectia-se nos teus olhos como se fosses sempre explodir de alegria. Alegrava-me cada gesto, cada toque e sorriso. Eram mágicos e deambulantes tal como a chama que se movia ao sabor e às emoções do sentimento. Permanecia acesa, tal como as vontades que incidiam entre nós. O fumo distante causava-me tonturas caóticas e desconfortantes. Levava-me para longe e intoxicava-me de uma forma dura e pesada. Fomos protegendo a chama como com parêntesis que nos iam protegendo também a nós próprios. Que nos socorriam através do soro das nossas palavras e das nossas atitudes.
Tornou-se rapidamente no nosso maior e mais precioso tesouro. Algo para que lutávamos todos os dias mesmo que as chuvas e os ventos mais fortes se instaurassem.
Mas foi como se fôssemos lenha molhada de mal-entendidos e conflitos. Mesmo sendo essa chama gigante, continuávamos a queimar-nos. As cinzas eram cada vez maiores e a força começou a sumir-se, lentamente, quase sem darmos conta. Também a lavareda perdeu grande parte da sua tonalidade e do seu calor. Estava a ficar frio.. parecia Inverno mesmo com o sol a adquirir cores tão berrantes e fascinantes.
Esquecemo-nos. Pusemos de parte a motivação da chama. Perdemos o seu brilho, aquela luz gigante que fazia magia. Lembras-te?
Mas quanto à fadiga que a soprou, ainda hoje a considero inexplicável.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007




Foi mágico. Foi mais que música destinada. Foi poesia artisticamente deambulante, acompanhada de sentimentos ofegantes em musicalidade. Um passar por emoções perfeitamente (des)conhecidas que moeram, doeram e corroeram. E corroeram tão profundamente que esgotaram. Esgotou-me, por completo.
Fermentou-nos, à "chuva", uma saudade arrepiada onde não há lugar racional e nos deixamos levar...
Apaixonaram-se os apaixonados, adormecidos numa insónia febril e tão incrivelmente agressiva. O seu suspiro lento, resultado de uma forte vitória merecida, moveu-nos. Moveu-nos até à sua tão intensa "feira", desérticamente rica. "Foi a cima, foi abaixo" e perturbou-nos de uma forma horrivelmente boa. Guiou-nos ao rubro da sua leveza e cristalidade através dos "transparente"s mistérios, revelados ao longo de toda a noite. Canta dentro e por dentro. Explode-nos absurdamente.
E porque ela dança o fado, ontem ensinou-me também a dançar o "meu fado". Conseguiu encantar-me. E eu gostei.
E se para mim era Inverno, rapidamente se tornou "Primavera". Porque ainda há cavaleiros "monge" que nos perturbam num som que magoa, de tão inexplicável que se torna.

Além de incrível, foi bonito.


Mariza,
Pavilhão Atlântico Novembro 07
(E porque foi na nossa "terra", "gente" !)

sábado, 3 de novembro de 2007

Nem todas as rosas têm espinhos


"Pode haver duas explicações de olhar para ti e conseguir ver o que sentes: ou é um dom, ou como sei do que tenho a vindo a conhecer de ti, vi que temos algumas cenas em comum, revejo traços... talvez seja por isso que olho para ti e tenha uma ideia de como estás. Se há outra explicação, bem... ainda não cheguei lá. Disseram-me que só quem já teve no inferno é que sabe quão bom é o céu. Toda a gente 'passa pelo inferno' em determinada altura da sua vida e não é por já lá ter estado, seja por quanto tempo foi, que tens que criar uma barreira intransponível. Assim não saberás o que é sorrir pelo menos com toda a sinceridade.
Baby, deixa o medo
.
A piada da vida está em livremente darmos um passo, rumo a sabe-se lá onde; o risco, o sangue a fluir... Já passei por muito, mas nunca deixei que isso me tirasse a alegria nem a liberdade de viver. Por isso, fico maluco e muito ao ver pessoal com medo da vida ou do que pode retirar dela, de arriscar...

Deixa o sol entrar por esse cubo de gelo a dentro. E se a rosa funcionou como um raio de sol, outros virão. Depois... a vida dará outra volta. Como faz todos os dias..."


(Ainda recebo rosas... obrigada)

Aprendizagem gota-a-gota


Embriagaste-me !

de uma forma verdadeiramente ilusória.
é uma ressaca que dói e se remói.
com o tempo... também ele embriagado pelo cansaço das tuas palavras.
de uma permanente e cruel demora...

E quando um dia te embriagarem a ti...
sentirás e viverás com essas gotas aparentemente insaciáveis.
Essas gotas pesam. numa medida superior a quilogramas.
uma medida abstracta onde se revelam os sentimentos mais profundos.



A TUA AMIZADE É A MINHA BOMBA D'ASMA !

(não tenho palavras. só sentimentos. obrigada.)


Depois de ler, não consigo escrever !

quinta-feira, 1 de novembro de 2007




SecondHand Serenade - Your Call

terça-feira, 30 de outubro de 2007



"Não haverá então uma palavra que perdure e me exprima todo para a vida inteira? (...) Uma palavra. (...) Amo-te. Na intimidade exclusiva e ciumenta do nosso olhar mútuo e encantado. Fecha-nos o lençol na claridade difusa do amanhecer, estás perto de mim no intocável da tua doçura. Frágil de névoa. Fímbria de sorriso e de receio, de pavor, no meu olhar embevecido. Uma palavra. A primeira que em toda a minha vida me esgotou o ser. A que foi tão completa e absorvente, que tudo mais foi um excesso na criação. Ao princípio era a palavra. Eu a soube. E nada mais houve depois dela."


Vergílio Ferreira
in "Para Sempre"

domingo, 28 de outubro de 2007



"Vem cá"
disseste-me tu, com uma voz quase sumida de saudade...
Sentei-me ao teu lado e decorei cada traço, cada gesto. O silêncio permanecia e não conseguia dizer nada. Porque era bom assim. Sabia àquilo...

"Este é o melhor dia que passámos juntos desde há muito tempo"
disseste baixinho.

"Sim...parece que temos estado demasiado ocupados ultimamente, e... sinto-me mal por isso. Desculpa, hoje quis compensar-te. Tornar esta tarde ainda mais especial que todas as outras."

"Foi magnífico.."

"Teremos mais tempo a partir de agora, prometo-te"

"Não falemos disso agora. Quero aproveitar o tempo que estamos juntos sem pensar em problemas. Só eu.. e tu"

"Adoro-te, sabes?"


e envolveste-me nos teus braços como se aquele... fosse o nosso último dia.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007



Viver e sonhar por um tempo demasiado curto ou nunca chegar a conhecer a magia de certas coisas?

domingo, 21 de outubro de 2007


"Somos geridos tipo computador, baby."

"Não acho que acredites nisso."

"A tua existência no mundo é curta e não comandas, comandam-te. A tua liberdade não existe. Tudo o que vives é criado pelo teu psico imaginário e daqui a uns anos, quando acordares, é tarde. A vida passou-te toda ao lado porque, mesmo sem quereres, abdicaste dela para teres momentos de puro gozo e prazer. Como se nada mais existisse, nada mais tivesse sentido e lógica. (E não tem...) ... Amanhã é o dia do teu nascimento. Será que se correres ainda nasces?"

"Se esta vida não existe, por que razão irei eu correr em direcção à verdade?"

"Provavelmente não queres correr para nascer...porque a vida que gostas é esta."

"Isso é egoísmo..."

"Nada é real ! És um bonequinho com desejos e vícios. És como plasticina que te moldam a cada dia que passa. És moldado mesmo sem a tua própria vontade. Estás dentro de um jogo de computador mas não tens vidas extras. Um dia dão-te um tiro e morres. Nada mais continua."

"Por que terá que ser assim?"

"Talvez porque, se calhar, já não fazias mais sentido cá. Mas também... será que algum dia fizeste? Afinal...isto é tudo ilusório. Os que morrem nascem. Nós, apodrecemos."

"Os que morrem são aqueles que desejam ser os primeiros a descobrir a verdadeira realidade"

"Então, serei a próxima?"

"Não sei... queres correr?"

"... vou me sentar e curtir até poder"

domingo, 14 de outubro de 2007



Somos bonecos.
Simples esboços desenhados a carvão.
Somos únicos. Aberrações da natureza.
Complexos e superiores.
Somos fósseis. Vestígios de antepassados.

Gatinhámos.
desenvolvemos o dedo grande do pé ganhando, assim, postura.
Andámos. Caminhamos.
Falámos e articulámos palavras comunicando através de frases.
Olhamos.
Aprendemos a rir, a chorar, a abraçar e a beijar.
Conhecemos. Vivemos.

Deixámos de caminhar apenas nas nós dos dedos dos pés,
para passarmos a "caminhar também com o cérebro".
Questionamo-nos, pensamos e temos atitudes conscientes por cima de inconscientes.
Sentimos.

E no final de tanto e tão pouco... queremos mais.
TEMOS SAUDADES!

(saudades tão breves. saudades tão repentinas como quando me vens por a casa.
e aquilo que depois sinto assim que olho para trás e te vejo a ir embora...)

Um beijinho à esquimó e um "até logo princesa"

(um obrigada a quem me deu a conhecer India Arie)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007






é este o caminho.
prometo não me perder.
guia-me, não te esqueças.
Irresistível.
Chamo-te.

Saudade.
Chamas-me.

Desejo.
Une-nos.

Momentos.
Guardados.

Futuro?
Contigo.



Gostava de ser sino. Ser badaladas.
Sentir vibrações que descreves e que às vezes não consigo sentir.
Que me fogem.. assim como tu às vezes te perdes.
Que te prendessem, que nos amarrassem.
Mas não quero.
Mas gosto ..
e odeio.
mas adoro.

domingo, 30 de setembro de 2007


Fizeste-me chorar.

(chiu, é segredo...)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007


Caímos numa casca de banana que a vida tende em lançar para baixo dos nossos pés. Ficamos desamparados, o chão foge... e a queda é maior que qualquer limite. Choramos, gritamos e berramos. Tudo deixa de fazer sentido e parece não haver conforto possível.
Revolto-me.
Revoltam-me as injustiças. Revolta-me o mundo cair-nos nas mãos e nós não podermos fazer nada.
Perdeste alguém, mas vences sempre que me olhas e consegues soltar aquele sorriso.
Força, muita força pequenina. *
Estou contigo, para sempre.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007



(...) Preciso de encher-me da tua imagem para a vida inteira que eu hei-de saber que é inteira. Preciso de ter um sítio onde se esteja bem. Onde esteja eu e não o que me dizem que é o mais plausível de ser eu. Um lugar oculto sem ninguém a testemunhar-me a vergonha. Porque tanta coisa a ser vergonha. Saber como comportar-me ser sensato ter propósitos. E a tua imagem aí- é bom. Eu sei. O teu perfil contra o longe das oliveiras. Contra a tarde clara do ar. E os teus olhos na distância em que estou e tu já não. (...) Quando foi que te conheci?

Vergílio Ferreira
in Até ao fim

(For ever)

domingo, 16 de setembro de 2007




Porque esta música... é esta música! ...

(Ben Harper- Waiting on an angel)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Foi mais um verão...

É pegar na borracha e apagar aqui e ali. Pouco tempo depois, escrever tudo outra vez. E voltar a riscar. Saborear traços que ficam, que deixam marca. À minha frente e dentro de mim. É cantar uma música infantil e dançar até de manhã. É mentir aos pais para ir viver uma coisa de adolescentes. É partir sem saber quando se volta. É ir comer batatas fritas para à praia às quatro da manhã. É beber uma garrafa de vodka em meia hora para durante 24h nos sentirmos estúpidos. É tirar fotografias de língua de fora e a fazer caretas. É gozar com pessoas ainda mais ridículas que nós. É sentirmo-nos inferiores e superiores. É aprender a dançar modinhas com gente que sabe. É beber shots até não poder mais. É brindar a isto e aquilo. É ser-se diferente. É conseguirmos dizer “não” por mais que nos apeteça dizer “sim”. É ligar a um amigo(a) que não vemos nem falamos há anos. É fumar um cigarro como se aquele fosse o último. É saborear. É gritar que somos felizes assim. É confidenciar tudo aos verdadeiros. É desabafar e chorar. E depois limpar as lágrimas e pensar que não vale a pena. São abraços melosos e promessas sem fim. São mergulhos estúpidos para a piscina. É enrolar-vos na areia como um croquete. É correr…é rir até doer a barriga. É fazer uma directa a falar das coisas loucas que se fazem. É sentirmo-nos carentes. É dormir uma noite no campo a olhar para as estrelas e inventar constelações. É beber vinho até se tentar gostar. Mas não dá… É ir a festivais e cantar músicas desconhecidas. É andar de carro e ir para sítios nices com pessoas que mal se conhece mas que nos fazem rir. É estar de férias e andar de saia… É ter cor de verão e rirmo-nos ao ver fotografias com cor de Inverno. É praia... de madrugada até anoitecer. É mar e aventuras lá bem ao fundo…São nadadores salvadores... São pinos e pontes… é areia… é uma procura de coisas novas… é um descobrimento.

É curtir! É ser-se livre…



quarta-feira, 22 de agosto de 2007


Acorda cedo. Antes de mim.
Destapa-me e enrola-te nos (nossos) meus lençóis.
Observa-me. (enquanto sorris por seres feliz comigo)
Decora-me e mima-me.
Faz com que sejas a minha primeira imagem assim que abra os olhos.
E a última a desaparecer assim que os fechar.
Vive-me (Intensamente).
Depois atira-me os lençóis ainda quentes do teu (nosso) amor.
Com o teu cheiro...frescos e tão novos como isto.
Porque a minha almofada cheira a ti, o meu quarto cheira a ti, e a minha vida também.
Faz(es)-me acreditar que é possível,
Voltar lá.Aqui e ali.
Àquele buraquinho fundo. Cheio de degraus que vou subindo, de mão dada contigo.
Aquela mão a que dás beijinhos quando me irrito a sério e a que apertas com força quando o medo se apodera de ti.
Encosta o teu nariz ao meu e ouve a minha respiração.
Respira ao mesmo tempo que eu para que a sintonia não se perca, nem se esconda.
Conta as minhas sardas enquanto eu sonho e ressono (não!) ...
Depois diz-me quantas são que eu prometo trocá-las por beijinhos.
Faz desaparecer o cheiro a morango e garante-me que somos bem mais doces que chocolate branco.

Por favor...acorda antes de mim.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

sábado, 7 de julho de 2007



Vem sentar-te comigo na Lua.
Mostra a toda a gente que não existe gravidade entre nós e chuta para longe os meteoritos.
Mostra-me estrelas que ninguém conhece e conta-me histórias que não existem.
Contrata asteróides,
Pinta o sol de verde e a paixão de amarelo.
Convence-me que os ET's existem,
(Sei lá) inventa...

...mas nunca te levantes.

quarta-feira, 4 de julho de 2007


Porque a nossa intimidade esconde-se num quarto de porta aberta.
O cheiro a morango tende em não desaparecer e os ritmos cardíacos cruzam-se em rodas gigantes que não param.

...Não apagues a luz.

segunda-feira, 2 de julho de 2007


Vives à minha frente num mar de água doce e de ondas planas.
Mergulhas nos meus cabelos e dás movimento a um peixe morto.
Um peixe que não respira por guelras mas por gestos. Tímidos e secos.
Dás-me movimento orbital. Fixo e desequilibrado.
Vejo-te. Vivo-te. Canso-me.
Delicio-me.
Respiro-te como fonte de vida única.
Procuro-te por entre um piso escorregadio que me prende a uma espécie de sentimento desesperado ...que me enlouquece.

Aprendemos a viver neste sítio estranho.
Um dia de cada vez, como se cada dia fosse o último.
E é...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Monotonia Eufórica

São (não) monotonias que nos balançam.
Que nos deixam parados a correr enquanto desejamos e não queremos.
Momentos doidos que aumentam e desaceleram o nosso ritmo cardíaco.
São momentos (não) planeados e doces.
São viagens que nos alteram e que nos fazem transpirar de uma felicidade embriagada.
Uma consciência sóbria que possuímos de quando a quando mas que se realiza de forma contínua.
São passos grandes e gigantes que nos arrepiam mas que nos deixam a ferver.
Especial? Diferente!

terça-feira, 19 de junho de 2007

quarta-feira, 13 de junho de 2007


Quero escrever numa folha de água palavras de ar,
com sorrisos infelizes
em formas de círculos triangulares,
palavras pequeninas gigantes.

Quero correr parada,
neste labirinto fácil.
De olhos abertos fechados,
com braços fingidos sinceros.
Abertos encolhidos.

Quero dizer verdades falsas,
em berros de silêncio.
Partir uma construção,
erodida de amor-ódio.

Ouvido não-absoluto,
coração que sabe e guarda.



sábado, 9 de junho de 2007


Acordo no meio deste santuário natural que é fonte ilimitada de vida e sorrio enquanto observo o mar. Não há pressa para nada e o ambiente aqui é sedutor. Planeias ficar uma semana e um mês depois não consegues ir embora. Porque sabes, que por qualquer lugar por onde possas passar, nenhum será tão bom como este. Porque só aqui poderás soltar um sorriso tão verdadeiro como esse que possuis, agora, quase sem quereres.
Vou-me fixando como uma raíz gigante que tende em não procurar mais quando sabe que encontrou o que queria.
Despejas saudades invulgares que te prendem a raízes maiores que as minhas. Raízes simples que trespassam ideias e sentimentos complexos.

É através dessa simplicidade... desse olho e joelho esquerdo que sinto. E é através de mim que te vais deixando ficar. Não voas nem foges, permaneces.

Porque é aqui ,"com o mar como fundo", que transpiramos a loucura espontânea de momentos bons.
Quando as horas passam quase como segundos e que as semanas se transformam em visitas de médico.


( "Se o plano ainda nem está feito, dificilmente pensaremos em voltar. E, desta forma, as certezas de que não sairemos daqui, tornam-se gigantes." ;
"Não te preocupes, sabe bem"
)

domingo, 3 de junho de 2007

Finge

Olha-me nos olhos e diz-me que não tens saudades minhas.
Beija-me de olhos fechados e sente-me, como nunca me sentiste.
Diz que me adoras, mas odeia-me aí por dentro.
Faz com que desapareça, mas deseja-me como nunca me desejaste.
Chuta-me para longe, mas corre para me apanhares.
Faz-me sentir mal, mas importante.
Abraça-me e esquece tudo.
Enrola-me e esquece tudo.
Pega-me ao colo e mima-me por mais que o teu desejo fosse deitar-me ao chão.
Mente. Mas faz-me feliz.
hoje. É o último dia.
Aproveita-me,
prometo que amanhã desapareço.
É o último dia.
Quere-me.
Só hoje...

sábado, 26 de maio de 2007


É um amor de papel, frágil e opaco, leve e branco, feito de ideias, de sonhos, de esperança e de muitas cores.
Um amor sem planos nem projectos, quase adolescente, intenso, puro e perfeito, que não precisa de provas nem de palavras.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Não andamos, corremos.



Mil desejos que não sei se quero que se desejem,
mil vontades que não sei se quero que deixem de o ser.
Mil beijinhos que dás num minuto,
Mil segredos que ouço sem que os digas.
Mil palavras sentidas.
Milhões de vezes. Milhões.





Mil caminhos para onde ir.
Mil sentidos para nos perdermos,
bem longe daqui.
Mil kilometros de histórias parvas mas que fazem rir.
Milhões de vezes. Milhões.

Bora ! é o som da liberdade, lembras-te ?

segunda-feira, 21 de maio de 2007


Aqui e agora.
Hoje. Durante muito tempo.

segunda-feira, 14 de maio de 2007



E um olhar cruza-se entre um livro semi-fechado para que os teus braços atinjam um relevo surreal que envolve movimentos monótonos e ritmados. A vida que enche as minhas pupilas dá luz ao nosso amor que se alimenta de sonhos que contas enquanto me percorres.
Sabes-me de cor e até de olhos fechados consegues fazer música com os meus membros. Com aqueles gestos que não vês, só sentes.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Tardes de fugida

Escrevi a história de um balão.
Precisei do teu sopro para conseguir soletrar palavras. Ganhava fôlego para as construir e sentir aquilo que te ia dizendo. Não tiraste nunca os olhos de cima de mim. sopravas... e eu esquecia-me do calor ofegante que estava à nossa volta. O suor de dois corpos quentes, enrolados em mais uma tarde de fugida.
O balão ganhou uma vida muito maior.
Ouvias-me com atenção e ias abanando a cabeça como um "sim...".
Tinha medo de alturas. Perdi-o. Afinal, conhecia toda aquela altura, aquele sitio alto para onde gosto que me leves.
Medo? Só que esta imagem desapareça.
O passado fez com que este balão continuasse a sobrevoar por cima de coisas boas e menos boas.
Estamos por cima, naquele sitio. Neste.

"Chiuuu... agora é a minha vez."

Ouvi-te, ouço-te.
E é por isso que o balão viaja milhas e milhas. Porque as palavras estão lá e nos continuamos a dar-lhes peso para que ele não caia.

segunda-feira, 7 de maio de 2007


Porque as palavras movem muito, mas não movem tudo.

terça-feira, 1 de maio de 2007


Todos imaginam como poderá ser,

mas ninguém sabe como é.

quarta-feira, 25 de abril de 2007



"se beberes isso de penalty, eu fico contigo para sempre"

"e se tu me quiseres para sempre eu mostro-te o rabo, boa ?"


(está prometido.)

terça-feira, 17 de abril de 2007

pintaste-me-nos



Conseguia sentir-te atrás de mim com um nervoso esquisito e tão pouco próprio de ti. Esboçava sorrisos inesperados e repetinos

Tapaste-me os olhos e pediste-me uma imagem bonita que me viesse à cabeça. Via tudo a preto e branco. Estar ali, para mim, não estava a fazer qualquer sentido e não conseguia imaginar futuro entre as nossas gargalhadas e os infinitos silêncios. Tinhas deixado de fazer sentido e eu queria que voasses. Não para longe, mas não para tão perto de mim. Parecia que não te conseguia ver, porque não queria. Nem tão pouco abraçar-te, porque sabia que não ia sentir.

Pedi que saltasses para o outro lado. Para o lado das pessoas que não sentem. Para o lado direito. Onde não existem palavras bonitas nem gestos queridos e abraços melosos.

Foste. Durante meses perdeste-te por lá. Sentiste a minha falta.

Fez-te bem.

Querias-me de volta.

E hoje sentes, como nunca consegui sentir que sentias.

Então…escrevi na tua pele palavras ilegíveis. Palavras minhas que te dei. Só a ti.

Vinquei-as para que a marca fique lá. Durante muito tempo.

Tu…escreveste-me palavras soltas para que as montasse como um puzzle e disseste-me, a chorar, que eram as mais verdadeiras. (Tinhas mudado. Gostava de ti.)

Aos poucos, foste-me empurrando para um lugar bonito. Onde o vermelho é verde e o verde amarelo.

Levaste-me para lá e quase sem me aperceber, estávamos ali. Juntos. (Mais uma vez)

Era quase irreal e os inúmeros sorrisos soltavam-se ao som das tuas palhaçadas e do cheiro do teu Aqua Di Gio.

Já falavas outra vez de boca cheia e escrevias na areia os nossos nomes. (Tinhas mesmo voltado…)

Rebolei que nem uma lontra para o tapete da tua vida. É um ciclo vicioso onde acabo sempre por ter vontade de (não) sair.

quinta-feira, 12 de abril de 2007



(LADO ESQUERDO)

segunda-feira, 9 de abril de 2007


às vezes tenho vontade de arrumar tudo para o lado esquerdo. pôr-me de lado para te ver de perfil e sentar-me apenas numa das tuas pernas.
beijar-te só do lado esquerdo e dar-te festinhas na bochecha. lamber-te e dizer-te que gosto muito de ti a um ouvido teu. olhar pra ti como se só tivesses um olho.
às vezes tenho vontade disso mesmo, de te cortar ao meio. para nos momentos em que te vais embora, ires só com uma das tuas partes. porque a outra é minha. pertence-me. e ainda bem que a sinto tão comigo.
deste lado ninguém nos vê, estamos escondidos. somos só dois. do lado esquerdo não conseguimos ver mais ninguém. porque ninguém consegue passar para este lado como nós passamos todos os dias. porque ninguém sabe. ninguém conhece. ninguém quer descobrir.
é do outro lado que tenho medo.
tenho medo de me perder por lá, no meio de tanta gente.
o lado direito tem muitas pessoas, muitos olhares cruzados e muitos braços dados.

fica comigo. do lado esquerdo.

segunda-feira, 19 de março de 2007

































crescemos. é a diferença.

quinta-feira, 15 de março de 2007

naquela noite, pintaste-me de cores que eu nunca tinha provado.
de canções que eu nunca tinha escutado,
e de histórias que eu não tinha sequer imaginado.

naquela noite... em que não me lembro de nada,
mas que sinto tudo, o que também nunca tinha sentido.

(ah ! lembro-me da foto que tirámos e que pusemos no bolso de trás das calças para ela
ficar com as formas do movimento dos nossos corpos.)

domingo, 4 de março de 2007

Crescem-me







Porque os "porquês" ainda surgem, mas com muito menos frequência.
amor, isto sim, é amor.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Posso ter dois oceanos e quatro mares.
E não consigo escolher entre eles.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Palavras que me aumentam


Sufocava palavras ocas que me entravam pelo ouvido de cima.

Aquele que guardo, ainda hoje, só pra ti.

Hoje noto-te diferente. Noto-as diferentes também.

Agora sussuras-me palavras doces e ritmadas como algo que zumbe no meu ouvido e tende em não sair mais.

Consigo sentir sentimentos com elas, gestos simples mas bonitos.

Agora tenho medo de simplesmente as ouvir. Gosto de sopra-las e apanha-las com a minha mão, mais à frente.

Assim, tenho a certeza que as consegui. Que as apanhei mesmo. E que são minhas, até quando eu quiser.

Depois guardo-as.

Aqui.

Tu alimenta-las e elas crescem.

Aqui.

Dentro de mim, dentro de ti.

Aqui.

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