"se beberes isso de penalty, eu fico contigo para sempre"
"e se tu me quiseres para sempre eu mostro-te o rabo, boa ?"
Tapaste-me os olhos e pediste-me uma imagem bonita que me viesse à cabeça. Via tudo a preto e branco. Estar ali, para mim, não estava a fazer qualquer sentido e não conseguia imaginar futuro entre as nossas gargalhadas e os infinitos silêncios. Tinhas deixado de fazer sentido e eu queria que voasses. Não para longe, mas não para tão perto de mim. Parecia que não te conseguia ver, porque não queria. Nem tão pouco abraçar-te, porque sabia que não ia sentir.
Pedi que saltasses para o outro lado. Para o lado das pessoas que não sentem. Para o lado direito. Onde não existem palavras bonitas nem gestos queridos e abraços melosos.
Foste. Durante meses perdeste-te por lá. Sentiste a minha falta.
Fez-te bem.
Querias-me de volta.
E hoje sentes, como nunca consegui sentir que sentias.
Então…escrevi na tua pele palavras ilegíveis. Palavras minhas que te dei. Só a ti.
Vinquei-as para que a marca fique lá. Durante muito tempo.
Tu…escreveste-me palavras soltas para que as montasse como um puzzle e disseste-me, a chorar, que eram as mais verdadeiras. (Tinhas mudado. Gostava de ti.)
Aos poucos, foste-me empurrando para um lugar bonito. Onde o vermelho é verde e o verde amarelo.
Levaste-me para lá e quase sem me aperceber, estávamos ali. Juntos. (Mais uma vez)
Era quase irreal e os inúmeros sorrisos soltavam-se ao som das tuas palhaçadas e do cheiro do teu Aqua Di Gio.
Já falavas outra vez de boca cheia e escrevias na areia os nossos nomes. (Tinhas mesmo voltado…)
Rebolei que nem uma lontra para o tapete da tua vida. É um ciclo vicioso onde acabo sempre por ter vontade de (não) sair.