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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Já que agora está na moda,


também quero que vejas o que estou a ouvir :*

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

tic-tac tum-tum




chego a baralhar os ponteiros que dão corda à minha vida e os meus ouvidos enchem-se de um tic-tac estridente que me deixa com pele de galinha dos pés à cabeça. às vezes sinto necessidade de guardar o tempo todo só para mim, como se durante todas as horas fosse capaz de permanecer sozinha. a verdade é que não consigo e todos os minutos tornam-se em dias perdidos num lugar bem longe daqui. nessas alturas apercebo-me que a solução mais fácil nem sempre tem o ponteiro mais acertado. nem a decisão mais acertada tem as horas certas, quanto mais pedirem-me para que ande na rua com os segundos a passar no momento exacto ! e se passasses... naquele minuto ia querer que as horas invertessem o sentido, talvez se transformassem em anos de mão dada, em que o tic-tac que girava nos ouvidos, teria outro lugar onde se entreter.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Verão, 2005

estou deitada na areia e não me vou mexer, não me peças para te dar o balde e a pá porque não me vou mexer quico. estou a ferver mas vou ficar aqui quieta e ai de ti que grites a dizer que queres ir à agua, porque sozinho não vais e eu também não vou sair daqui. sabes que gosto muito de ti quico mas olha, quando cresceres, te tornares homem ou qualquer tipo de protótipo vais ver como sabe bem alguém procurar-te e tu ficares assim como eu estou, intacta. não que não te esteja a dar atenção, aliás, de vez em quando rio-me contigo e digo-te umas coisas. mas quando cresceres vais perceber que nem sempre conseguimos rir à brava sem vontade, que nem sempre queremos ir "brincar". não quico, não me vou mexer para ir contigo buscar um gelado, já vamos. prometo-te que já vamos, mas agora não. quando algum dia alguém te disser que gosta muito de ti e que és importante para ela, não como eu te digo mil vezes ao dia, mas na realidade uma "gaija boa" (que nao sei como é que com 5 anos ja sabes o que é...) olha para a cara dela e pergunta-lhe: "gostas mesmo?" e quando ela responder, promete-me que vais ler os olhos dela mais rápido do que mando mensagens. e tu és um puto esperto, apesar de loiro, por isso nao me desiludas e mais do que as palavras que ela esteja a dizer, lê-lhe bem os olhos, a retina, a pupila, iris e tudo o que demais fores capaz. porque quando cresceres e fores o tal "garanhão" que dizes que vais ser, não sejas parvo. sê esperto porque é bom estar deitada como estou, mas a areia da praia d'el rey é igual a tantas outras praias portuguesas e, desta forma, não é movediça nem coisas que tais e também não te transporta para sitios espectaculares subterraneos. não, ilusão não quico. quando me diziam que não entendia porque era mais nova, eu também não ligava nenhuma. mas sabes que não te minto não sabes? então vou acreditar e nunca te quero ver com vontade de te prenderes à areia e gritares a um primo nosso mais novo que não te vais mexer, que não te queres mexer

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(Re)nascer

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Parece que foi ontem que saíste da minha vida. De rompante, sem aviso prévio nem um pequeno livro de instruções que me permitisse esquecer-te de forma rápida, fácil, indolor. Uma pequena injecção de satisfação, uma pequena nota de rodapé, um sinal caído do céu, uma mensagem num avião ou, já agora, numa nuvem próxima. Nada. Nada leio naquilo que não me dizes, nem descortino entrelinhas enquanto andas pela margem; O espaço que existe entre nós não é mais do que matéria e por muito que queiras, será sempre matéria, vou lá contradizer a ciência. Parece que foi ontem. Agarraste na tua lábia de caixeiro-viajante, no teu sábio descabimento e no bom tempero das gargalhadas, e trocaste-me as voltas pelos lugares da memória. Foi aí que nos encontrámos. É aí que nos encontramos. É aí onde danço às escuras, para não me puderes ver. Onde demoravas apenas um segundo a dissolver-te em mim. Onde o meu abraço ainda tem a forma do teu corpo. Acho que vou sentir-te em mim durante algum tempo, a revolveres-me os órgãos internos e a retirá-los aos bocadinhos com uma colher nas noites em que ficar acordada até tarde. Ainda não esta escuro, acho. Mas eu já não te vejo. E parece que foi ontem, as mãos dadas, a cabeça no ombro, e essas tretas todas, impressões de felicidade. Mas esses dias já la vão, devorando a exactidão do tempo. Estes, um pouco menos bonitos, arrastam-se uns aos outros sem ti, engolidos por uma catrefada de imperiais, de cafés e de cigarros e conduzidos pela inexistência do gosto. E essa não é dos dias de ontem; É dos dias de hoje.

sábado, 13 de junho de 2009

Rebobino-nos a cassete estragada: é sempre ao teu lado que acordo, é sempre o teu riso que me ronda os ouvidos de olhos fechados e é sempre a tua pele às voltas que me faz cócegas na barriga.
Desligo-nos o rádio avariado mas a melodia continua a tocar mesmo no escuro e então apercebo-me que é(s!) um sonho.

(Serás? ) E adormeço outra vez...

terça-feira, 21 de abril de 2009



Qualquer dia atrevo-me a dizê-lo. Grito-te da janela do carro, por entre buzinas estridentes e os assobios suaves do vento, irrequieto e metediço. Agarro-me à vontade de te furar os tímpanos e dou-te música, uma diferente da que tenho vindo a largar-te à porta dos ouvidos. Levo-me em descrições alongadas, perco-me na razão do como e do quando, sem nunca chegar a lado nenhum. Desfaço-me do nó na garganta, da luta contra as paredes do estômago que, ai, dão cabo de mim. Não!, sussurro-te levemente, como quem não quer a coisa, numa língua estrangeira, para que não percebas logo à primeira, pode fazer-te confusão e sempre arranjo tempo para disfarçar. Pensei até em escrevê-lo; Umas vírgulas, um ponto final e nada de exclamações, que dá muito nas vistas. Despacho-me nuns rabiscos, num rascunho com muitos gatafunhos. Subentendo-te o sujeito, sem complementos nem predicados. O mínimo indispensável: Gosto.Muito.De.Ti. (Foda-se!) Ou então talvez sob a forma de uma cláusula, uma nota de rodapé, , quanto muito umas analogias simples com elementos homogéneos, aligeirando assim o peso lexical que carrego e que disfarça o facto de tremer o teu suspiro, os teus olhos que vagueiam por cima das coisas à procura do tempo em que voltava atrás e não me atrevia a fazê-lo. (Olha, foda-se!)

domingo, 19 de abril de 2009


Faço em ti mil viagens e todas as linhas que (me) percorres parecem saber a pouco. então, aventuro-me sempre mais uma vez como um ciclo (in)cansável em que passo pelos mesmos lugares mas a paisagem é sempre diferente. sabes porque é que isso acontece? sabes porra, porque é que sabes sempre tudo aquilo que gosto? como é que dizes que o meu cheiro é inconfundivel quando acordamos? parece que fazes sempre música no meu coração quando abres a boca. quando te diriges a mim e te invejo pela forma como sabes lidar comigo. já percorri contigo quilómetros de felicidade e juntos já construímos estradas cheias de um alcatrão sábio. os teus dedos transformam o monótono em mágico e é por isso que sorriu quando olho para um filme a preto e branco sem graça nenhuma. tantas folhas de história que escrevo todos os dias na minha cabeça, dão os batimentos necessários à minha existência e tu, vives como se "nada fosse", como se mal soubesses que preciso de ti para sorrir todos os dias. porque és um parvo, mas o melhor parvo que já me passou pelas mãos. às vezes faço de nós plasticina, dou voltas e voltas e misturo cores. depois, somos uns bonecos coloridos, mas cheios de piada. esse teu jeito simples transforma as coisas complexas em alcançáveis e orgulho-me. porque estás aqui, e vais estar sempre *





Hoje acordei com vontade de não te pertencer. Tu que tantas vezes rodas para o lado que te convém e não para o lado que me interessa. Hoje tive vontade de te cortar aos bocadinhos e fazer-te sofrer mais por cada um como às vezes me fazes a mim. Hoje tive vontade de te cortar as àrvores para que deixasses de respirar como às vezes me sufocas de coisas que não me dizem nada. Hoje tive vontade de congelar o sol para que nunca mais girasses em torno das tuas vontades. Hoje, quis dar cabo de ti. Atirar-te da órbita abaixo para fazer com que batesses com a cabeça no solo como bola saltitona. Hoje quis consumir-te por inteiro. Engolir-te e cuspir-te para um sítio longe daqui. Hoje fui egoísta. Hoje só quis tentar ser feliz dentro de ti. Mudar-te para mudar contigo. Dar-te a reviravolta espacial e orientar os cometas para o que realmente quero. Hoje, quis alterar-te, mundo.

sexta-feira, 17 de abril de 2009


Não sei se gostar de ti é uma contra-ordenação leve, grave ou muito grave. Não sei em quantas mudanças de direcção me perdes, quantos riscos contínuos me transpões ou quantos sinais vermelhos me ultrapassas. Não sei se sorrateiramente me decoras pelo retrovisor, observando-me os gestos e descortinando-me as falas, ou se faço apenas parte do teu ângulo morto, para o qual não prestas a mínima atenção. Não sei inverter-te o sentido e quanto mais te afastas, mais me avario e desvario. Não sei acelerar-te o quereres-me (mesmo sem saberes), e depois também não sei encadear-te com os máximos sem parecer que foi de propósito (para que o saibas). Não sei adivinhar-te de um embate inevitável que antecipo no alcatrão antes de entregar o volante nas mãos escorregadias do destino, digo eu, ou da sorte, dizes tu. Não sei sequer conduzir-te de forma a encaixar a mudança correcta, o pisca certo, a velocidade controlada, a distância de segurança; Há sempre um piloto automático que me guia levando-me a lado nenhum, mas que me mexe os braços e as pernas, me articula os sons e as palavras e me forma os sorrisos na cara, para que até mesmo tu não percebas que é verdade que não sei, que não faço ideia. Mas sei é que gosto de descobrir-te pela estrada fora, então para mais com essa coisa de não teres sinais proibidos e de seres sempre assim todo em todas as direcções...
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